sábado, 1 de setembro de 2018

SUICÍDIO: UM TABU













CONTEXTUALIZANDO O FENÔMENO.
Você sabia que aproximadamente 800 mil pessoas se suicidam no mundo anualmente, o que equivale a uma pessoa a cada 40 segundos? Sabia ainda que a cada 3 segundos uma pessoa faz uma tentativa de suicídio?

Esses dados referem-se a indicadores da Organização Mundial da Saúde, o que coloca o fenômeno com questão de saúde pública.

No Brasil, ocorrem cerca de 10 mil mortes por suicídio por ano, sendo maior incidência na população indígena.

É a quarta maior causa de morte entre 15 a 29 anos.

Envenenamento ou intoxicação são os principais meios utilizados na tentativa de suicídio.

Na localidade de São João da Boa Vista ocorreram 11 suicídios em 2013, e 15 em no ano de 2016 segundo dados fornecidos pelo DATASUS.

Enquanto que a média nacional é de 5,12 óbitos para cada 100.000 habitantes, São João da Boa Vista apresentou média de 12,51 óbitos em 2013.

A morte tende a ser vista de modo diferente, de acordo com momento histórico.

Na sociedade capitalista ocidental, a morte ainda é tabu o suicídio tende a ser mal compreendido. Portanto, quem o comete tende a ser visto como “louco”.

Para Rigo (2013) pode ser compreendido como uma “manifestação humana, uma forma de lidar com o sofrimento, uma saída para livrar-se da dor de existir. Sempre esteve presente na historia da humanidade, tendo adquirido significados e valores diversos, de acordo com a civilização e seu momento histórico.

Desse modo, precisa ser entendido ante aspectos biopsicossociais, sendo portanto, um fenômeno complexo e que precisa ser trabalhado por equipe interdisciplinar.

Perigoso, portanto, psicologizar o fenômeno tanto quanto somente encarar seu aspecto sociológico, haja vista que estas várias dimensões se interseccionam.

Diante de toda a relevância do assunto, o Ministério da Saúde desenvolveu estratégias de prevenção e enfrentamento do suicídio no Brasil, as quais foram divididas em três eixos: Vigilância e Qualificação da Informação, Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde e Gestão e Cuidado.

Como tabu, o assunto é escondido, não dito, mantido em segredo familiar e, consequentemente, as taxas são subnotificadas e o tema é sujeito a mitos, a saber:

1. Pessoas que falam sobre o suicídio não o cometem.

É um engano. As ameaças precisam ser levadas a sério. Mesmo com objetivo de chamar atenção pode acontecer o comportamento suicida.

2. O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso.

Muitos suicídios são planejados, são comentados com algumas pessoas, por vezes profissionais.

3. Sujeitos suicidas querem mesmo morrer.

Não as pessoas costumam partilhar a ideação suicida com alguém.

4. Indivíduo que mostra sinal de melhoria está fora de perigo. Falso. O momento após a crise é o mais perigoso.

5. É sempre hereditário.

Não necessariamente, apesar da hereditariedade ser um dos fatores.

6. Indivíduos suicidas têm sempre transtorno mental.

Isso é um mito. Não podemos superestimar a associação entre o suicídio e os transtornos mentais pois há casos nos quais não foram identificados quaisquer transtornos.

7. Falar sobre suicídio da ideia de praticá-lo.

Ao contrário, poderá reduzir a ansiedade a respeito do tema, tranquilizá-la, fazê-la sentir compreendida.

8. Crianças não cometem suicídio.

Embora raro, há suicídio na infância.

Prosseguiremos abordando o assunto em próximo post.

REFERÊNCIAS:


DATASUS. Notas Técnicas. http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sim/cnv/ext10br.def. Acessado em 28/08/18.

DATASUS- Suicídios: Veja número de mortes por cidade do Brasil.http://www.deepask.com/goes?page=Confira-o-numero-de-suicidios-no-seu-municipio. Acessado em 28/08/18.

RIGO, S. SUICIDIO: UMA QUESTAO DE SAUDE PUBLICA E UM DESAFIO PARA A PSICOLOGIA CLINICA, pp. 30-41. In CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. O Suicidio e os Desafios para a Psicologia, 2013.

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Prosseguiremos  debatendo o tema.



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