quinta-feira, 19 de novembro de 2020

RACISMO: PSICOLOGIA E TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL- O QUE TEMOS A VER COM ISSO?

E


spero que esteja curtindo o dia da consciência negra e, o feriado, caso ocorra em sua cidade.
Você Parou para pensar o que é o racismo e em suas consequências? O racismo refere-se ao preconceito baseado na diferença de raças das pessoas e, portanto, pode referir-se ao preconceito contra o asiático, o índio. Contudo, devido histórico de escravidão o preconceito contra os negros é a principal referência quando o tema é discutido. Desde a escola, o negro acaba não tendo conexão com sua história. O sujeito acaba destituído de seu lugar, assujeitado e, por vezes, busca o ideal padrão branco. Portanto, o seu corpo, o seu eu é desvalorizado, desapropriado tal como também os padrões culturais de estética e beleza aprisionam a todos nós.



Pesquisadores identificaram que vivências de preconceitos, discriminação podem gerar traumas e consequentes sentimentos de angústia, medo, depressão e de estresse pós-traumático. “De acordo com Vanessa Machado e Manoel Antônio dos Santos, do Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) “os sujeitos de cor negra permaneceram, em média, 71,8 dias internados, enquanto os de cor parda permaneceram 20,3 dias e os de cor branca, 20,1 dias”. Pesquisa do Data- folha em julho de 2018 registrou que 81% da população parda do Rio de Janeiro afirmou ter medo de que seus filhos sejam presos injustamente, Trazemos ainda que o Relatório do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à violência de 2017 mostrou que jovens negros têm 2,71 mais chances de serem vítimas de homicídio do que jovens brancos no país. Os movimentos negros têm batalhado por deixar o racismo às claras, não mais velado e não seguir a cartilha dessa desumanização, já percebendo importante valor. Já mencionamos em post anterior sobre a Resolução CFP N.º 018/2002, que traz diretrizes para a intervenção dos psicólogos em situação de preconceito e discriminação racial. Um dos modos de intervenção, sob a abordagem cognitivo-comportamental, o psicólogo, em sua intervenção efetuará, primeiramente, o acolhimento; isto é, escuta empática, isenta de julgamentos e preconceitos e promoverá a normalização das emoções, com técnicas para minimizar seu sofrimento e ansiedade. “O paciente negro pode chegar ao consultório com altos níveis de estresse crônico, histórico de racismo percebido e diversas crenças negativas relacionadas a si e ao mundo” citou Carolyne Juvenil do grupo de pesquisa do Transtorno do Estresse pós-traumárico da UFRJ. Obviamente, que como em toda atuação, o estudo de caso, singularizado é fundamental e a premissa “ Cada caso é um caso” é válida. Importante, ainda, que o profissional de psicologia, não atribua o sofrimento do sujeito às distorções cognitivas de forma descontextualizada de todo um sistemasócieconômico e cultural, o qual sabemos desigual, violento e intolerante. Para isso, uma das primeiras intervenções típicas da psicoterapia cognitivo-comportamental é a psicoeducação com a finalidade de trazer à reflexão seus direitos e deveres, esclarecer sobre o processo psicoterapêutico e a queixa apresentada. Referida psicoeducação pode ser realizada por meio de leituras de Declaração Universal de Direitos Humanos, da Constituição Federal de 1988, de assistir aos vídeos e documentários e livros específicos. Ao mesmo tempo, desenvolve-se um repertório comportamental para enfrentar as situações de racismo para melhor pode escolher a ação a ser tomada. Uma das técnicas utilizadas para isso é o treino de habilidades sociais, que possibilitará à vítima o desenvolvimento de várias competências: assertividade, lidar com a autoridade, saber exigir seus direitos, saber negar e fazer pedidos, a lidar com críticas, manifestar concordâncias e discordâncias e o lidar com emoções desagradáveis. Dessa forma, a psicoterapia poderá promover a saúde mental e o senso de justiça do que sofre em decorrência do racismo, inclusive ser um espaço para reflexão sobre possível ação judicial e fortalecimento para enfrenta-la. Relata-nos ainda, a psicóloga Jarid Arraes em artigo na Revista Fórum “relatos de casos nos quais psicólogos negaram as vivências racistas de pacientes negros – pessoas que se vulnerabilizaram frente a profissionais nos quais confiaram e tiveram seu sofrimento negado”. Portanto, os cursos de Psicologia precisam preparar os futuros profissionais para atuarem não sob as suas próprias crenças, de modo descontextualizado, revitimizando, ainda mais a população que sofre preconceito. RACISMO É CRIME. DENUNCIE
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