Perdoar nos torna melhores, piores, subjulgados, cristãos?
Homenageando o criador da Bossa Nova, João Gilberto, falecido aos 06/07/19 vejamos sua gravação em Insensatez de Tom Jobim e Vinícius de Moraes:
“......Vai meu coração, ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai meu coração
Pede perdão, perdão apaixonado
Vai porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado.”
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai meu coração
Pede perdão, perdão apaixonado
Vai porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado.”
De acordo com o Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa (2009), a palavra
perdão pode ser definida como: “(1) Remissão de pena; desculpa; indulto”.
A definição sobre o perdão no âmbito da Psicologia não é uníssona, mas complexa, repleta de divergências .
No entanto, isso não impede a possibilidade de uma visão integrativa proposta por Pargament et al no intuito de que ela seja suficientemente ampla e capaz de englobar os aspectos intra e interpessoais envolvidos no processo de perdoar.
“Essa definição conceitua o perdão como uma mudança intraindividual, prossocial, em relação a um transgressor percebido, que está situado em um contexto interpessoal”
Sob âmbito da abordagem Cognitivo-comportamental as emoções e comportamentos das pessoas são influenciados por sua percepção dos eventos, pelo modo como elas interpretam uma situação. (Beck, 1997).
Nas raízes dessas interpretações automáticas distorcidas estão as crenças nucleares que são desenvolvidas desde a infância e moldadas por experiências pessoais.
É comum crenças de injustiça como não é possível perdoar alguém que me fez mal, crenças de vulnerabilidade como se eu perdoar estarei aceitando a crueldade, crenças de fracasso como estarei me rebaixando ao perdoar, ou ainda, crenças de desvalor não serei respeitado se perdoar.
Seligman , idealizador da Psicologia Positiva apontou
“Ao integrar a Psicologia Positiva, a Terapia Cognitivo-Comportamental atua no sentido de criar uma nova estrutura de pensamento que permita que o sujeito considere alternativas mais realistas e positivas diante de eventos negativos”.
Pesquisas têm mostrado os benefícios do perdão para nossa saúde mental e física, tais como reescrever permite reescrever a história transformando más lembranças em boas lembranças, evitar doenças cardíacas, a possibilidade de promover também uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite.
Perdoar não significa concordar com a atitude de quem ofendeu, esquecer o que passou ou subjugar-se pelo outro, mas ao contrário, os efeitos positivos do perdão é, antes de tudo, para quem sofreu a ofensa.
Portanto, a capacidade de perdoar é uma de nossas forças pessoais, é uma virtude de pessoas resilientes.
Enfim, aceitemos o sofrimento, sem que sucumbamos a ele mas compreendendo-o para que ele desapareça. Sejamos empáticos, ajustemos a lente e, por fim, relaxemos.
REFERÊNCIA:
BECK, J. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas.
BRINHOSA, Rebecca Domitilla s. Silva Perdão: uma atitude positiva de resiliência.
FERREIRA, A. B. H. (2009). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Editora Positivo.
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