terça-feira, 8 de outubro de 2019

ENGAVETADOS:UMA REFLEXÃO SOBRE SEXUALIDADE E MORTE

Engavetados? Sua sexualidade cabe na gaveta?
“Querem te encaixar numa gaveta, e eu não consigo, porque a sexualidade é o canal da vida e a minha sexualidade não cabe numa gaveta”.
Sim. Essas foram palavras usadas pelo ator Reynaldo Gianecchini em entrevista à revista Ela.
Nela falou também sobre finitude.
Vamos abordar antes, como Giane respondeu ao ser indagado se ainda tinha medo do câncer e o que diria a quem tem esse medo?
“Diria que o controle que queremos ter sobre as coisas só gera sofrimento. Por que a gente só quer sentir alegria? As decepções, as tristezas também fazem parte. Toda vez que me coloco numa situação que não é confortável, penso que é uma aventura passar por isso”.


Adorei a resposta, levando-se em conta que as emoções são inerentes a nossa humanidade, não temos como controlá-las, mas apenas como aprender a enfrenta-las, a responder a elas. Não impedirmos a tristeza, medo, dor, a alegria e amor de chegar, mas sim de fazer morada em nossa eu.
Giane ao ser indagado se estava bem com sua sexualidade respondeu sentir-se muito cobrado e ser importante os outros olharem a própria sexualidade antes de achar tão interessante a sexualidade dos outros.
“Eu reconheço todas as partes dentro de mim: o homem, a mulher, o gay, o hétero, o bissexual, a criança e o velho. Como dentro de todo mundo. A sexualidade é muito mais ampla e as pessoas são levianas. Querem te encaixar numa gaveta, e eu não consigo, porque a sexualidade é o canal da vida e a minha sexualidade não cabe numa gaveta. Nossas questões e tabus passam por esse canal.”
Mais uma vez gostei da resposta do ator de 46 anos, considerando-a como parte de seu de sua maturidade pois já Kinsey (1948) e depois complementado em 1953 desenvolveu uma escala, reconheceu a diversidade e a fluidez do comportamento sexual humano", ilustrando que "a sexualidade não se encaixa perfeitamente nas categorias dicotômicas de exclusivamente heterossexual ou exclusivamente homossexual".

Kinsey e sua equipe descobriram que a maioria das pessoas fica nas categorias médias, entre 1 e 5, indicando que a bissexualidade (como um “contínuo”, em vez de uma categoria distinta) não é raridade.
Como inerente à nossa saúde física e mental, fundamental para nossa qualidade de vida é importante refletirmos: “A quantas anda nossa sexualidade?” Fugimos ou enfrentamos essa relevante questão? Você engavetou-a, deixou-a esquecida? Encontra-se restrita, “morna” ou enriquecida? Faz uma faxina constante possibilitando novos arranjos, ajustes e cores?
Vamos olhar antes para nossas próprias dores e mazelas para elaborá-las e vivermos intensamente e não nos escondermos atrás do outros como indicou Giane?
REFERÊNCIAS:
https://oglobo.globo.com/…/reynaldo-gianecchini-fala-sobre-…
https://hypescience.com/sexualidade-nao-e-fixa-conheca-esc…/

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