Aproximando o dia dos avós (26/07), é preciso abordar as transformações que aconteceram recentemente nas relações familiares contemporâneas.
Se por um lado, a gravidez precoce na adolescência pode possibilitar
que os “pais” sejam avós aos 30 e
poucos anos; por outro lado, se os
filhos permanecem estudando, dedicados à
carreira , até na dependência dos próprios
pais, podem tornarem-se avós com mais de 50 anos.
Não mais existe um único modelo, uma única configuração
familiar.
E você que tipo de avó, avô tornou-se? Viveu somente uma das
situações ou ambas?
Com a maior expectativa de vida, hoje avós podem
conviver por mais tempo com seus netos,
vê-los crescer e até constituírem família. Desse
modo, não pode ser negada a influência entre as várias gerações.
Os avós têm função de ensinar os filhos a desempenharem seus
papéis parentais.
Os avós transmitem aos netos a herança cultural, inscrevem o
neto na história e legados familiares.
Quando um avô, uma avó conta suas histórias aos netos (as)
tem a possibilidade ressignificá-las,
isto é, de dar sentido à própria
existência, ao próprio ser. Consequentemente, podem despertar nos netos a reflexão sobre o sentido
do existir no mundo e sobre a finitude, já que passaram por diversas reflexões
, haja vista, ser típica da fase de envelhecimento.
Expressar as memórias não é reviver, mas reinventar,
reconstruir com ideias e imagens atuais as lembranças do passado nos ensinou a socióloga Ecléa Bosi. É a possibilidade de recriação de novos
espaços.
Há um senso comum de que avós deseducam, são permissivos.
Existem poucos estudos sobre relacionamento entre avós e
netos, no entanto, existe pesquisa apontando sobre quando os avós necessitam
assumir a educação dos netos, substituem os pais. não são permissivos e podem
propiciar-lhes bem-estar.
Em pesquisa com avós que cuidam do netos cotidianamente,
assumem papel maternal apresentam-se conscientes desses papéis e gostariam de poder efetivamente exercer o
papel de avós.
Pode haver muitos conflitos entre as gerações, entre avós e
netos. Em minha experiência profissional visualizei histórias tristes, nas quais, relacionamentos
conflituosos entre pais e filhos, entre
mãe e filha levam a ações judiciais,
disputas infindáveis, por vezes, cristalização de papéis indevidos, que inviabilizam a mudança, a
transformação. Por vezes, a avó não possibilita que a mãe possa buscar refazer seu relacionamento com o
filho, exercer .devidamente seu papel maternal. Referida disputa assemelha-se à
disputa de guarda em caso de separação judicial.
Em suma, nesta complexa trama de convivência entre diversas
gerações, pode ser difícil estabelecer a
distância equilibrada entre apoio
e intrusão.
Concluo mencionando que o relacionamento entre avós e netos
(as) pode ser benéfico para ambos (as) ,
proporcionar influências em seus psiquismos.
Expresso minha gratidão
por ter convivido com meus quatro avós: Victório, Angelina, Emídio e Ana, todos
imprescindíveis e constituintes do que sou hoje, de minha estrutura psíquica ;
cada um a seu modo.
Parabéns e um viva a todos os avós.
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